sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Poesia...



Ideal


Aquela, que eu adoro, não é feita

De lírios nem de rosas purpurinas,
Não tem as formas lânguidas, divinas
Da antiga Vénus de cintura estreita...
Não é a Circe, cuja mão suspeita

Compõe filtros mortas entre ruínas,

Nem a Amazona, que se agarra às crinas
Dum corcel e combate satisfeita...
A mim mesmo pergunto, e não atino

Com o nome que se dê a essa visão,

Que ora amostra ora esconde o meu destino...
E como uma miragem que entrevejo,

Ideal, que nasceu na solidão,
Nuvem, sonho impalpável do Desejo...