domingo, 17 de agosto de 2008

Guernica

"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema." "Eu não falo tudo, mas pinto tudo." "A pintura não foi feita para enfeitar paredes. A pintura é uma arma, é a defesa contra o inimigo."
Pablo Picasso

Guernica


É uma tela enorme de Pablo Picasso (7 metros e 82 centímetros de largura por 3 metros e 50 centímetros de altura), pintada em 1937.
Picasso pinta esta obra em 1937, para o pavilhão da República Espanhola na Exposição Internacional de Paris. É inspirado no bombardeio de Guernica, a cidade que fora um dia capital do país basco. O bombardeio fora uma demonstração das letais técnicas bélicas nazistas (Legião Condor, futura Luftwaffe) sobre uma população indefesa. Esta participação da Alemanha nazi deve-se ao desejo alemão de testar e moderar a sua aviação. Nela está representada a brutalidade em sua forma mais anímica, o quadro representa a fúria, a agonia, o medo, o desespero e a dor expressos pelos corpos mutilados. A força agressiva desmesurada é representada por um touro que atravessou a tela vindo desde a direita, destruindo tudo à sua frente, e que agora pára, à esquerda, de boca aberta, cauda empinada, para contemplar o resultado de sua acção. O touro também pode apresentar o povo espanhol que sofre a agonia, parecida com aquela que o animal condenado a morte enfrenta perante um toireador. A catástrofe se espalha pela toda a cena. A figura à direita, braços abertos para o ar, grita pela dor do impacto. Outra figura se agacha para fugir, os olhos arregalados acompanhando o movimento da fúria. Um cavalo que simboliza as forças republicanas permanece em agonia, prevendo a proximidade da sua morte, ao centro, o ventre rasgado por uma terrível chaga aberta. Pedaços de um corpo se espalham pelo chão, a mão empunhando o que restou de uma espada, retrata a batalha perdida, a cabeça com os olhos vazios, sem vida. À esquerda uma das figuras mais trágicas. Uma mulher segura ao colo o filho cujo corpo desce, imóvel. O grito da dor da perda junta-se ao terror da expectativa do ataque do touro que, parece, agora vai investir contra ela. Apesar de tudo, até neste sofrimento existe a esperança e nasce a vida. Acima, uma figura assiste a tudo, olhos arregalados, boca aberta, segurando uma lâmpada (símbolo da esperança), apesar da luz acesa. [1] No centro do quadro, discretamente aparece uma flor, que simboliza a vida e a esperança.

Anastasiya Strembitska


[1] Alguns críticos associam esta personagem à Estátua da Liberdade, em Nova York, uma metáfora dos Estados Unidos da América.

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